sábado, 29 de outubro de 2011

NATURAL COMO A VIDA


NATURAL COMO A VIDA
Amor teu sorriso singelo
Faz o mundo explodir em solar amarelo
O que sinto de mais belo
Sempre senti por ti
Quando nasceste aprendi
O que é amar sem limites
Em meio à profunda escuridão
És o sol que nada pode apagar
A mais verdadeira forma de amar
Minha árvore, mina flecha
Projeto do que está por vir
Completo trajeto
De mim saístes
Para mim não voltarás
Pode ser mais certo?
Natural como a vida

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

NOITES DE ZODÍACO

Noites de zodíaco

Cidade nua, noite chuvosa
Chuva, Chuva, Chuva
Elemento líquido, profundidade amniótica
Disformes formas, nenhum limite
Quem sou eu?

Cidade triste, noite escura
Passam carros, pessoas, anonimato
Tudo parece evaporar-se na distância
Pensamentos abstratos, elemento ar
Será o amor capaz de voar?

Cidade verde, noite com cheiro de grama
Sinto meus pés no barro, estico os braços
Exalo o ar, uma árvore a balançar
Elemento terra, vontade de germinar
Pode a terra meu corpo plantar?

Cidade acordada, noite iluminada
O calor da lareira, elemento fogo
Fogo dançando, brasa ardendo
Pira, pensamentos empíricos
Pode o desejo incendiar?

domingo, 23 de outubro de 2011

De feras e escuridão


De feras e escuridão

Estranhos pressentimentos, por momentos o vento uiva
Lobo, lua cheia, uivos de lobos em noites de lua
Antigas dores, rancores, amores não resolvidos
O homem velho precisa morrer.
Cuidado com a lâmina da navalha.com a falha de percepção
Wake up dead man!
O gato escuro, a noite selvagem
A noite escura, o gato selvagem
Atenção!
Ele vai rasgar sua carne, arranhar sua pele
Sangue vermelho, sangue no espelho
Wake up dead woman!
Não há tempo a perder, sua vida por um fio
O fio da navalha, desatenção, falha
O que isso quer dizer?
O que há para esconder?
Veneno, Veneno?
Desperta, alerta, acorda
Ou você supera, ou rompe-se a corda

sábado, 22 de outubro de 2011

Lembrar de ser feliz


Lembrar de ser feliz

Acordei com sonhos em versos
Num desses dias de pijamas
Ideias, delírios, utopias
O que era mesmo que fazia
Tudo parecer ter sentido?
Tempo, tempo, tempo
Saudades, vagas lembranças
Pálidas esperanças
Só sei, que desejo por inteiro
Lembrar de ser feliz

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

Quem é ela?


QUEM É ELA?

Baile de máscaras a luz de velas
Ninguém sabe dela
A máscara e a persona
A alma que desliza
A valsa que a leva
Salões de obscuros sonhos
Sapatos de cinderela
Quem é ela?
A alma, a persona, a sombra da vela
Sentimentos contidos na escura cela
Quem é ela?
Será a profetiza, a feiticeira, a dama da noite?
Dançando entre pierrôs, arlequins, luminosos serafins
É tudo tão irreal, talvez seja o vinho, a tontura
Essa loucura que todos compartem
Ou quem sabe é essa a verdade
E só você ainda pergunta
Quem é ela?

Ave Maria

Cai à tarde, é hora da Ave Maria.
Rogai por nós doce mãe, a cada instante e a cada pensamento.
Quando tristes, desolados, aflitos, necessitados.
Quando a saudade for maior que nossas humanas forças.
Quando, em nossa pequenez, a tarefa parecer demasiada.

Apiedai-vos de nossos espíritos desejosos de voar,
Almejando, da beleza, o encontro.
Abençoai a criança que insiste amanhecer as almas,
Indiferente a toda aridez e descrença.
Zelai por nossos corações, mãe bendita.

Protegei-nos do desinteresse, da indiferença.
Da doente solidão da modernidade.
Dai-nos a fé contundente dos loucos, dos inocentes.
Velai por nossos sonhos e para que não os abandonemos.
E na hora de nossa morte, dai-nos a luz.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011

Vestir


VESTIR

Tenho palavras, poesia, anseios maiores
Vivo bem, a Deus agradeço isso
De não esquecer a liberdade tida antes do corpo

Em minha pequenez cresço
Vejo mais que os olhos podem
Dói-me voar sem asas
Do alto cair
Mas sons, frases, respirações
Prazer podem provocar

Escrever emaranhando sentimentos
Afasta com bálsamo feridas d’alma
Quanta dor ou contentamento veste nossa vida?
Quem sabe? Poderia ser diverso?
Ninguém escolhe o que é, vê ou sente
É-se o que se é, inevitavelmente

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Atroz loucura


Atroz loucura

Silêncio ensurdecedor
Avassaladora noite vazia
Sem desejo ou amargura
Atroz loucura
Nenhum passo
Espaços
Transparências, ausências
Anoiteceres em sequencia
Guardados versos
Transversos
O gato atravessa a janela
Movimento
Passa o momento
E nem mesmo sei o que passou

domingo, 9 de outubro de 2011

Vida é movimento


Vida é movimento

Explosivamente feliz?
Insustentavelmente miserável?
Sim, assim é que sinto
Desse modo, vivo
A lua e o sol acaso não são distintos?
Água, terra, vento e fogo?
O universo está em constante ebulição
Mutação eterna
Estável é um estado que existe
Unicamente no dicionário.
Uma palavra, nada mais.
Estável é a ausência
Vida é movimento

sábado, 1 de outubro de 2011


PULSANDO
O que estava guardado
Escondido
Preparado
Lento, dentro
Começa a sair
De dentro pra fora
À vista, rápido
Explosão de cores
Odores
Zumbidos
Pulsando, pulsando
Botões de Hortência
Brotando
Flores brancas de caule
Abrindo
Passarinhos chegando
Pulsando, pulsando
Coração de primavera
Aberto
Agora é hora
Borboletas voam
Pintando o quadro
Amarelo
Elo, elo
Rosa
Verde
Verde mata
Nasce, renasce
Pulsando, pulsando
O coração da primavera
Nova era
Meu peito