quarta-feira, 14 de março de 2012

MATA E MORTE




MATA E MORTE
Mata densa
Mata
O homem mata
Arranca a vida
Vida que não pode criar
Chora a terra
Chora vermelha terra
Pranto de barro, folhas, raízes
Matizes da cor que se perdeu
Em meu coração
O sangue das árvores
No solo centenas de vidas
Em dolorida erosão
A alma da mãe terra.
A fera que habita o homem
Mente dividida, ingratidão
Vazia, vidas vazias
Separadas da terra, do cosmos
Do que foi ofertado de graça
Casa, abrigo, sentido
Vidas, vazias vidas
De tantos que se desconhecem
Pequenos, divididos, confundidos
Tão longe de suas raízes.


Em homenagem à mata que havia na Praia dos Amores, extinta pela ganância humana.