segunda-feira, 16 de dezembro de 2013
segunda-feira, 2 de dezembro de 2013
sexta-feira, 11 de outubro de 2013
NOVA ESTRELA
Ouça não sou
um caso perdido
Você ainda
pode me dar ouvidos
Não chamei teu
nome
Creia, queria
chamar.
Talvez você
não tenha
Todas as razões para me amar
Mas as que
têm podem me salvar
Não me deixe
perder sua luz
Como é
possível viver sem Jesus?
Não sou
ovelha desgarrada
Só ando
confusa, desanimada
Tão longa foi
a caminhada
Você sabe
disso
Por isso lamento
Quando não
sigo o combinado
Não ouço o
chamado
Não faço por
me merecer
Perdoa-me só
por perdoar
Preciso
demais de você
Mais do que
posso entender
Vir a ser
melhor é meu desejo
Perdoa-me só
por perdoar
Oh, Lorde de
doçura
Porque até
mesmo os menos aplicados
Sentem amor
E a
amorosidade torna possível
Que só por
pensar em você
Uma nova
estrela possa nascer
quarta-feira, 25 de setembro de 2013
GAYA
Folha que
cresce
Chuva que cai
Sol que aparece
Flor que desabrocha
Cheiro de terra
Cheiro de mato
Andar sem sapato
Os pés no chão
Gaya, Gaya
Alimente a árvore
Da minha vida
Quero aninhar passarinhos
Dar sombra e carinho
Para os que de mim precisarem
Aumentando mais e mais
A seiva
Nutrição e
luz
Multiplicando
sementes e frutos
Brincando de
Jesus
Parte da terra
Do fogo, da
água, do ar
Noite e dia
Alegria de
fazer parte do todo
Nada sendo.
terça-feira, 18 de junho de 2013
SÓ
MAIS UMA ESTÓRIA
Naquela
cidade
Havia
um bairro
Naquela
rua
Onde de
feliz tristeza
Viveu a
minha infância
Aquela
senhora vestia uma saia
De
remendados trapos coloridos
Levando
ao colo um bebezinho
De
plástico
E uma
garrafa de aguardente
Naquela
casa
Nos
dias de sol quente
Ouvíamos
passar o afiador de facas
E tudo
cheirava a morna quietude
Nos
dias de frio passava a carrocinha
Carregadinha
de lenha
De
qualquer modo
Assim é
em minha memória
Toda a
vida é uma estória
Minha
mãe era um cobertor
Então tudo
parecia quentinho
Na sala
o sol desbotava as cortinas
E
cheirava a mormaço e preguiça
Muitas
vezes as cores enfureciam-se
Então
cheiravam a faca
E
sangue
Naquela
parede havia uma imagem de
Jesus
Que
olhava doce e mostrava
Ao
afastas as vestes
Enorme coração
Vermelho
e aberto
Eu
sentia amorosidade
Em
amarelo ouro
Aquele
lar
Em
sons, cheiros e cores
Habita
em cenário
Meus
pensamentos
O que é
feito de matéria
Vira pó
Mas as
lembranças são feitas
De amor
Dor,
alegria, tristeza
De sopa
na mesa
Dos
dedos compridos de minha mãe
Servindo
meu prato
Do
espanto
Do que
se foi
Do que
restou
De
tantos
Tantos
Tantos
anos
Que
passaram
Mais
depressa
Do que
desbotaram
As
cortinas
|
quarta-feira, 22 de maio de 2013
A ORIGEM DA IMPOTÊNCIA
E agora que fui invadida
Através dos poros, tecidos
Músculos, veias abertas
Realidade vermelha
Espelha essa outra possibilidade da
existência
Consciência da fragilidade dos
diferentes ritmos
Batimentos cardíacos, respiratórios
Alucinatórios trajetos de anestésicos
O mais profundo e elementar do ser
Do que você é constituído, formado
Forjado, moldado
Do outro lado do lado do metafísico
Do idealizado, sonhado e conhecido
Mais além do nobre, do esotérico ou
cartesiano
Lá onde seu sangue é o sangue de
todos
Suas secreções as humanas, banais
E só o que parece estar fora de ordem
É o seu espanto dessa crua realidade
É o medo da inesperada fragilidade
A consciência da origem de toda
impotência
quinta-feira, 2 de maio de 2013
VERDADE
Tateava no
escuro, perseguindo a luz
Às cegas
busquei-te na noite da alma
Você
presenteou-me com a escuridão
No seu
livrinho, eu não cabia
Na sua
escola, não tive aprovação
Lembro-me de
ter um pásssaro ferido
Guardado no
peito
Você me
algemou
Atou-me a
uma camisa de força
Não me viu
Não me
sentiu
Não enxergou
a grandeza
Da dor dos
que buscam
Não a
encontrou
Em sua
cartilha de erudição
Quis
mostrar-me a realidade refletida
No fundo da
caverna
Eu tinha
visões
De outros mundos
Lá fora,
longe de suas teorias
Você não
queria
Ninguém
quis
Sinto
alegria ao perceber
Que agora é
você
Que não mais
cabe
Na minha
verdade
sexta-feira, 22 de março de 2013
DISSOLVIDO NO TODO
E tu
cordeiro branco
De paz
iluminado
Raios coloridos
te acompanham
Através de colinas,
montanhas, prados
Tua presença
se faz sentir
No mar, na
terra, no céu estrelado
No topo da
minha cabeça
Como uma
leve sensação de formigamento
Sentimento sem
nome ou explicação
Canção do
universo
Mantra de
paz
Tudo em mim
Dissolvido no
todo
terça-feira, 5 de março de 2013
ACORDAR
Seu coração vai expandir-se
Brilhando em
cores como raios de luz
Uma sensação
difusa de prazer
Vai preencher
todos seus sentidos
Sem palpável
explicação
Sua terceira
visão está a pulsar
Você parece
estar vendo tudo
Como jamais
ousou imaginar
Parece até
que você vai se aceitar
Sem julgar, sem
pensar
Sem objetivo
Você vai se
perdoar
Naturalmente,
sem catecismo
Pássaros em
sua janela vão cantar
Como pontos
sonoros que podem cintilar
Você ainda
está em seu lugar
Mas nem
você, nem sua casa
São como já
foram
Algo de
verdadeiramente novo está a chegar
Chovendo do
céu feito coloridas sementes
Eu sei você
não vai acreditar
Mesmo eu
tenho a sensação de que
Vou acordar.
terça-feira, 22 de janeiro de 2013
MAS COMO?
Distância,
instância
Estada,
morada
Vidas
entrecruzadas
Muitos destinos
unidos
Formando sentidos
indecifráveis
Prováveis coincidências
Vida:
turbulências
Lagos de
mansidão
Tristezas e
alegrias somadas
Pessoas que
amamos
Pessoas que
não entendemos
E a contínua
sucessão de confluências
Interferências,
ausências
A percepção
da influência do outro
Vontade de
somar
Mas como?
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