quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Sonâmbula Aventura


Sonâmbula aventura

Dormi ao nível do mar
Sonhei que estava em Teotihuacán
Não existia tempo
A distância era irreal
O encontro de tudo
O entender de todos era normal
Como acordar no seu próprio quarto
Como despertar no Nepal
Peguei um barco em Xoximilco
Naveguei nos Amores
Deixei as dores na Baia de Guanabara
Por minhas veias correram
As sete quedas do Iguaçu
Dancei na ponta dos pés
Por todo o azul do planeta
Um cometa rasgou meu céu
De sonâmbula aventura
Sem vontade de despertar

domingo, 1 de janeiro de 2012

INVISÍVEL


Invisível

Se quem te fere estampa um sorriso
Quem vê a tua dor?
Num universo de coisas tão absurdamente aparentes
Quem há de ver o sangue que escorre da alma
Expectativas frustradas, amores negados
Fogos coloridos, taças de cristal
E felicidade de retrato
Você não pertence
Não dissimula e cai no vazio
Você arma o circo
Coloca o nariz do palhaço
E quer compartir alegria
E a tua felicidade vira espetáculo
Você está exausto
Mas parece um bibelô numa caixa de cristal
Porque essa fragilidade é infinita
Liquida como o sangue que não escorre
A lágrima que não rola
Sua dor é grande, pungente
Você é grande
Mas, evidentemente é invisível.