quarta-feira, 22 de maio de 2013


  A ORIGEM DA IMPOTÊNCIA

E agora que fui invadida
Através dos poros, tecidos
Músculos, veias abertas
Realidade vermelha
Espelha essa outra possibilidade da existência
Consciência da fragilidade dos diferentes ritmos
Batimentos cardíacos, respiratórios
Alucinatórios trajetos de anestésicos
O mais profundo e elementar do ser
Do que você é constituído, formado
Forjado, moldado
Do outro lado do lado do metafísico
Do idealizado, sonhado e conhecido
Mais além do nobre, do esotérico ou cartesiano
Lá onde seu sangue é o sangue de todos
Suas secreções as humanas, banais
E só o que parece estar fora de ordem
É o seu espanto dessa crua realidade
É o medo da inesperada fragilidade
A consciência da origem de toda impotência


quinta-feira, 2 de maio de 2013



VERDADE

Tateava no escuro, perseguindo a luz
Às cegas busquei-te na noite da alma
Você presenteou-me com a escuridão
No seu livrinho, eu não cabia
Na sua escola, não tive aprovação
Lembro-me de ter um pásssaro ferido
Guardado no peito
Você me algemou
Atou-me a uma camisa de força
Não me viu
Não me sentiu
Não enxergou a grandeza
Da dor dos que buscam
Não a encontrou
Em sua cartilha de erudição
Quis mostrar-me a realidade refletida
No fundo da caverna
Eu tinha visões
 De outros mundos
Lá fora, longe de suas teorias
Você não queria
Ninguém quis 
Sinto alegria ao perceber
Que agora é você
Que não mais cabe
Na minha verdade