quarta-feira, 22 de maio de 2013


  A ORIGEM DA IMPOTÊNCIA

E agora que fui invadida
Através dos poros, tecidos
Músculos, veias abertas
Realidade vermelha
Espelha essa outra possibilidade da existência
Consciência da fragilidade dos diferentes ritmos
Batimentos cardíacos, respiratórios
Alucinatórios trajetos de anestésicos
O mais profundo e elementar do ser
Do que você é constituído, formado
Forjado, moldado
Do outro lado do lado do metafísico
Do idealizado, sonhado e conhecido
Mais além do nobre, do esotérico ou cartesiano
Lá onde seu sangue é o sangue de todos
Suas secreções as humanas, banais
E só o que parece estar fora de ordem
É o seu espanto dessa crua realidade
É o medo da inesperada fragilidade
A consciência da origem de toda impotência


Nenhum comentário:

Postar um comentário