segunda-feira, 12 de setembro de 2011
PANIS ET CIRCENSE
PANIS ET CIRCENSE
Gigantesco, triste, o lutador causava inveja por sua força colossal.
Como um tigre selvagem rugia, enlouquecia.
A multidão sedenta, enfurecida assistia o embate.
É a vida de tão dantesco herói? Que vida?
Lute, mate, morra era o que ouvia
Quem se importa com a nossa desdita enquanto podemos animar
Espantar fantasmas e medos alheios,
Sabendo que receios atormentam nossos silêncios medonhos
E a tua vida? Que vida? Ouvias enquanto emprestavas tuas alegrias
Cante, dance,empresta-nos tua alma
Queremos pão, circo, sangue, lágrimas e gargalhadas.
Porque não temos nada, porque vivemos confortavelmente.
Dependentes de personagens que amenizam nossa inutilidade
E a nossa vida? Que vida?
Ouçamos o noticiário, vejamos as manchete horrendas, guerras, tiroteios nas favelas
O lutador solitário morre em frente à platéia aturdida
Mas, era só um filme. Filme?
Preciso ocupar meu tempo diz o solitário do pijama enquanto toma suas pílulas para dormir
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